24 de abril de 2014

Trabalhadores/as da Eletrobras e CHESF realizam paralisação contra desmonte do setor elétrico

Os/as trabalhadores/as da Eletrobras e CHESF Alagoas iniciaram nesta quinta-feira 24/04, a paralisação nacional da categoria, que se estenderá até o dia 25/04, contra o desmonte do setor elétrico nacional. A paralisação acontece em todo o Brasil, em todas as empresas do setor elétrico ligadas a Eletrobras. Durante a paralisação apenas os serviços essenciais serão mantidos. Em Maceió, a categoria estará concentrada na porta da Eletrobras, a partir das 8 horas da manhã, onde haverá distribuição para os transeuntes, durante o fechamento do sinal da Av. Fernandes Lima, de material informativo sobre a situação do setor elétrico do país.

Para Nestor Powell, presidente do Sindicato dos Urbanitários, “a atual situação da maior empresa de energia da América Latina era impensável até pouco tempo atrás, quando havia uma perspectiva de fortalecimento, até mesmo na declaração do presidente Lula, de que o projeto do seu Governo era transformar a Eletrobras em uma Petrobras do setor elétrico. Ou seja, existia claramente uma perspectiva para superar os anos de neoliberalismo de FHC. No entanto, a edição da MP 579 fez as empresas da Holding entrarem em uma crise sem precedentes. Todos os dias notícias dão como certa a privatização das distribuidoras de energia da Eletrobras,” afirma Nestor.

Os sindicalistas explicam que onde o setor elétrico foi privatizado, os novos donos promoverem aumento das tarifas e a queda da qualidade dos serviços prestados. Outro fator foi a troca da mão de obra especializada existente, retirando funcionários experientes, altamente capacitados para o trabalho com a energia, e com anos de serviços prestados, sendo substituídos por serviços terceirizados, o que leva a precarização da mão de obra, gerando má qualidade do fornecimento do serviço e problemas ainda mais graves, como o risco dos apagões.

Nestor lembra que em 2001, no governo Fernando Henrique, houve um apagão. “Uma experiência amarga e ainda presente na memória dos brasileiros. É um fato comprovado que esta situação foi determinada pela falta de uma política de investimento e planejamento energético integrado. A política que até então defendia que o estado não deveria atuar no setor elétrico, teve de se render aos fatos e passar a capitanear investimentos de forma emergencial para que o país não parasse”, diz Nestor.

Os sindicalistas dizem que o consumo de energia do Brasil segue crescendo a taxas superiores ao crescimento do produto interno bruto e a cada dia milhares de brasileiros/as são incorporados/as ao sistema elétrico, tendo assim acesso a informação, novas possibilidades de geração de renda e a uma maior expectativa de vida. “O Estado precisa continuar seu papel de planejador do sistema elétrico e atuar na linha de frente dos novos investimentos”, diz Nestor.

Ele alega que a energia é estratégica para nosso país. “Por isso, defendemos a renovação imediata de todas as concessões das distribuidoras do setor elétrico, para que o Brasil continue num caminho sustentável, crescendo com soberania, mantendo empregos, cobrando o preço justo pela energia e, acima de tudo, renovando o nosso compromisso com a democracia. Defendemos que a redução do preço da energia seja feita sem prejuízo para as empresas. Reduzir o preço da energia e quebrar o setor elétrico, entregando-o ao setor privado, não é a solução”, declara.

Os/as trabalhadores/as convidam a população e a sociedade civil organizada para lutar contra o desmonte do setor elétrico brasileiro que, segundo eles, está em andamento, protegendo e defendendo um dos mais estratégicos e importantes patrimônios do país. “Os/as trabalhadores/as já iniciaram esta luta, defendendo, diante de qualquer ameaça, a manutenção de direitos e o futuro das empresas. Esperamos que a população junte-se a nós nesta luta”, encerra o Sindicalista.

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24 de abril de 2014