20 de janeiro de 2016

Sindicatos e movimentos sociais pressionam governo federal contra privatização do setor elétrico brasileiro

Entidades sindicais discutiram o assunto com os ministros Jacques Wagner e Ricardo Berzoini em Brasília, onde nova reunião ficou marcada para o próximo dia 27.

Dando continuidade à agenda de luta em defesa do setor elétrico brasileiro, o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas esteve representado em Brasília, pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), na manhã desta terça-feira (19), durante reunião com o Ministro-Chefe da Casa Civil, Jacques Wagner, e com o Ministro-Chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.

Movimentos sociais e entidades sindicais, coordenadas pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), cobraram do governo federal uma posição contrária ao processo de privatização das empresas estatais de distribuição de energia vinculadas ao Sistema Eletrobras.

No dia 28 de dezembro de 2015, os acionistas da Eletrobras autorizaram a venda da Companhia Energética de Goiás (CELG). Outras seis distribuidoras estatais correm o mesmo risco de privatização nos estados de Alagoas, Piauí, Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Na reunião desta terça-feira, os sindicalistas pediram que a autorização de venda da CELG fosse anulada pelo governo federal.

“Foi uma reunião produtiva, mas não se definiu nada. Outra reunião foi agendada para o próximo dia 27, quarta-feira. A negociação está aberta. Tudo vai depender da nossa disposição de luta”, explicou o diretor do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, Eduardo da Silva, que viajou para Brasília para acompanhar de perto as articulações políticas em reuniões realizadas na sede da CUT Nacional.

“Dia 27, vamos fazer uma grande mobilização envolvendo o movimento social nos sete estados onde as distribuidoras sofrem ameaça de privatização, também no Rio de Janeiro, onde fica a sede da Eletrobras, e em Brasília. A luta continua”, acrescentou Eduardo, dizendo que o Sindicato vai intensificar a mobilização entre os trabalhadores/as da CEAL, com objetivo de evitar prejuízos para a categoria.

As entidades sindicais classificam como um retrocesso aliar o projeto de desenvolvimento econômico do país às privatizações de empresas estatais e cobram do governo Dilma posicionamento contrário ao interesse do capital privado no setor elétrico, que deve se manter público, com tarifas justas e sem nenhum tipo de ameaça aos direitos conquistados pelos/as trabalhadores/as.

A reunião da última terça-feira em Brasília foi saldo da grande mobilização que ocorreu na capital federal, no dia 12 de janeiro, da qual o Sindicato dos Urbanitários de Alagoas também participou. Movimentos sociais ocuparam o Ministério de Minas e Energia e enquanto lideranças sindicais realizaram ato em frente ao Palácio do Planalto. As manifestações só acabaram quando a reunião com os ministros foi agendada. Na terça-feira, eles se comprometeram a discutir o assunto com outros membros da presidência e avançar no diálogo no dia 27.

20 de janeiro de 2016