5 de novembro de 2012

Governo busca retomada dos investimentos produtivos para manter crescimento

Apesar de todo o alarde do governo, de que a economia já está crescendo a um ritmo anualizado de 4%, nos bastidores a preocupação é grande. Se as medidas de estímulos anunciadas pelo Ministério da Fazenda conseguiram manter, quase intacta, a expansão do consumo das famílias, o mesmo não se pode dizer dos investimentos produtivos, completamente travados e insensíveis aos apelos da presidente Dilma Rousseff. Mesmo com a taxa básica de juros (Selic) em 7,25% ao ano, o menor nível da história, o empresariado não mostra disposição de botar para fora o “instinto animal”. Diante das incertezas que rondam o país e a economia global, o capital prefere manter nas gavetas os projetos para ampliação das fábricas. Desatar esse nó e resgatar a confiança dos investidores tornaram-se a principal missão da equipe econômica.

O quadro é desalentador. Mesmo com os diversos incentivos estatais concedidos, por meio de desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para materiais de construção, eletrodomésticos, carros e até máquinas e equipamentos, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) fechará este ano com queda de pelo menos 2,2% ante 2011, segundo cálculos do Banco Central. Será o segundo tombo em apenas quatro anos. A se confirmar tal retração, a taxa de investimento em relação do Produto Interno Bruto (PIB) ficará abaixo de 18%, patamar inviável para uma economia que ambiciona expansão acima de 4% ao ano sem pressões inflacionárias.

Pelos cálculos de um integrante da equipe econômica, não haverá salvação para os investimentos, ainda que os empresários decidam desengavetar projetos nesta reta final do ano. “Hoje, a tendência dos investimentos produtivos é de fechar em queda. Somente uma mudança muito forte nos desembolsos das empresas reverteria esse quadro. Mas não é o que estamos vendo”, admite. É por essa razão, reforça outro técnico do governo, que já se começa a falar em PIB de 3% ou menos em 2013, o que será um problema para a presidente Dilma, pois tenderá a se consolidar a visão de que o Brasil retomou o seu histórico voo de galinha.

5 de novembro de 2012