8 de abril de 2016

Nota de repúdio: Isto é, machismo!

Nós, mulheres de Alagoas, em defesa da democracia e contra o golpe, repudiamos com  veemência o conteúdo machista publicado na última edição da “revista” Isto É, que tenta desclassificar  nossa presidente da Republica, Dilma Rousseff, ferindo sua sanidade mental. Esse tipo de prática, comum em nossa sociedade, é conhecida como Gaslighting e serve para silenciar a voz de mulheres que se posicionam perante as ofensivas que sofremos nessa sociedade patriarcal.

Deslegitima a presidenta Dilma, ao colocá-la como desequilibrada emocionalmente e por isso, segundo a “revista”, não teria condições de governar o país. Todas nós nos sentimos afrontadas com esse ataque, porque infelizmente essa ainda é uma das formas mais comuns de violência, contra as mulheres. Taxá-las de loucas ou  descontroladas, a fim de  desqualificar sua opinião ou mesmo induzir a irritação e a fúria a partir desta provocação, são as principais maneiras de se conduzir a vítima a dúvida e/ou silenciá-las.

No caso da presidenta Dilma o agravante é que tal ofensiva misógina, foi lançada em decorrência de seu cargo, o mais alto cargo político a frente do país, a presidência da república. Essa mulher conduz os desafios dessa dura conjuntura com firmeza e não se permite aprisionar pela “camisa de força” a qual remete esse estereotipo da fragilidade feminina, talvez o que se esperava era que a essa altura a presidenta devesse estar chorando publicamente a cada entrevista concedida.

Que mulher é essa que se mantém como uma rocha, imponentemente diante essa violenta tempestade? Só pode estar louca! Esse, sem dúvidas, é o raciocínio opressor induzido pela publicação dessa matéria fascista, sexista e misógina publicada pela revista Isto É, da editora 3 (editora de Domingo Alzugaray, ex – diretor comercial da editora abril que fundou a editora 3 juntamente com Luis Carta – jornalista  e Mino Carta – criador da Veja).

Não, nossa presidenta Dilma é uma pessoa equilibrada, verdadeira, competente.  Sim, as mulheres podem e devem ocupar espaços de poder mantendo – se firmes em suas posturas, como vários homens fazem. Um homem, ao agir assim, é digno de admiração e elogios. Quando uma mulher mantém firmeza diante de suas convicções, está fugindo de sua “vocação natural” e, portanto não estaria dentro de suas faculdades mentais, como diz a Isto É.

Não permitiremos qualquer manipulação, nem de nosso comportamento enquanto mulher, nem do entendimento da sociedade sobre o nosso papel e sequer sobre a nossa participação dentro da política em geral. Estaremos nas ruas para defender a democracia, defender o voto popular e a conquista de pela primeira vez eleger uma mulher a presidência da república do Brasil, e diremos em alto e bom som que lugar de mulher é onde ela quiser estar!

 

MULHERES DE ALAGOAS CONTRA O GOLPE E PELA DEMOCRACIA

8 de abril de 2016