24 de outubro de 2017

Audiência pública debate as graves consequências da privatização da Eletrobras e CHESF

O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas participou de mais uma audiência pública, visando discutir os impactos da privatização da Eletrobras e CHESF para a população alagoana. A audiência, solicitada pelos deputados estaduais Francisco Tenório e Inácio Loyola, ocorreu no dia 24 de outubro em Maceió, na Assembleia Legislativa de Alagoas.  Neste dia a categoria realizou uma paralisação em protesto contra a privatização.

O presidente dos Urbanitários de Alagoas Nestor Powell, destacou que essas audiências públicas tem o objetivo de alertar a classe política, a sociedade civil organizada e a população em geral, para as graves consequências da privatização do sistema elétrico brasileiro, demonstrando que isso seria mais um grande retrocesso do governo ilegítimo de Michel Temer.

“A curto prazo a privatização vai gerar o aumento das tarifas, principalmente para pequenos empresários e para os consumidores residenciais. A médio e longo prazos pode haver um sério desabastecimento, a exemplo do apagão de 2001, além de se tratar de uma questão de soberania nacional, pois o setor de energia é estratégico para o desenvolvimento e a segurança do Brasil”, afirmou Nestor.

Na audiência pública foi instalada a Frente Parlamentar em Defesa da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) e do rio São Francisco. A proposta, aprovada por unanimidade, no plenário da Casa, foi de autoria dos deputados Inácio Loiola (PSB), Francisco Tenório (PMN) e Ronaldo Medeiros (PMDB). A audiência contou ainda com as presenças dos deputados Bruno Toledo (Pros), Tarciso Freire (PP), Galba Novaes (PMDB) e Gilvan Barros Filho (PSDB), do deputado estadual de Pernambuco, Lucas Ramos (PSB), que faz parte da Frente Parlamentar em Defesa do rio São Francisco no vizinho Estado, prefeitos, vereadores, sindicatos e movimentos sociais.

O deputado Inácio Loiola declarou que o objetivo da audiência foi mostrar a posição contrária ao projeto de privatização do setor elétrico no Brasil, principalmente no que diz respeito a Chesf. “A Chesf é responsável por 95% da geração de energia consumida pelos nordestinos e, de repente, de uma hora para outra, o governo Temer chega a conclusão de privatizar um dos setores mais estratégicos para o desenvolvimento de um país sem ouvir ninguém. A Chesf, no meu entendimento, é o maior patrimônio que o Nordeste tem. Temos quatro reservatórios, oito hidrelétricas, uma capacidade de gerar 10 mil megawatts, 20 mil quilômetros de linha de transmissão, 128 subestações, nove mil quilômetros de cabos de fibra óticas e parcerias com parques eólicos, ou seja, todo este patrimônio poderá ser vendido por um preço bem inferior ao custo de sua construção”, afirmou.

Na mesma minha de pensamento, o deputado Francisco Tenório destacou a importância de defender esse patrimônio do povo nordestino. “Estamos defendendo a Chesf, Eletrobras/Alagoas e o rio São Francisco e me coloco contra essa tentativa de privatização. Privatizando a Chesf, por exemplo, o Governo Federal estará privatizando o rio São Francisco e o povo nordestino não pode abrir mão deste direito. O que defendemos é a total recuperação do rio, começando pela recuperação de suas nascentes que é de fundamental importância para o Nordeste brasileiro. O rio, desde quando foi descoberto, só é explorado e nada é feito para a sua recuperação. É por isso que existe essa profunda necessidade de recuperarmos o São Francisco, se quisermos continuar vendo este rio chegando até o mar” disse.

O deputado Ronaldo Medeiros classificou como loucura a tentativa de privatização da Eletrobras. “É mais uma insanidade deste Governo que vem destruindo toda a parte boa que o Brasil tem. Se privatizar a Chesf e a Eletrobras, estará privatizando o rio São Francisco. O país investiu muito nas hidrelétricas. O que precisamos agora e investir na recuperação do rio, que está morrendo”, destacou.

O diretor do Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, José Cícero da Silva, falou da importância da audiência e da mobilização da sociedade contra a privatização. “É preciso que todos se movimentem contra estes desmando que o Governo Temer está promovendo. Vender um patrimônio como a Chesf e a Eletrobras é como vender a cidadania. Por este motivo estamos participando de todas as audiências públicas, para sensibilizar deputados e senadores, mostrando a importâncias destes dois órgãos para o país. Além disso, temos que defender as águas do rio São Francisco que são prioridade para o povo nordestino”, destacou.

A presidente da CUT/Alagoas, Rilda Alves, engrossou o coro contrário a venda da Eletrobras. “A ideia é atingir toda a sociedade, mostrando o que significa a privatização destas companhias energéticas e o prejuízo que isso irá trazer para a vida do consumidor e dos trabalhadores destas empresas. Esta audiência também serve para chamarmos atenção para os nossos deputados federais para que possam sensibilizarem sobre a questão”, disse.

24 de outubro de 2017